14 de novembro de 2013

Encontro de estudos - parte 11

Texto 15:

Gêneros textuais




Trecho do Caderno de Formação do PNAIC - "O trabalho com os diferentes gêneros textuais na sala de aula - diversidade e progressão escolar andando juntas"


Mas por que tomar os gêneros textuais como objeto de ensino e aprendizagem? Mais ainda, por que torná-los o foco central no ensino relativo ao componente curricular Língua Portuguesa?

(...) as práticas de linguagem são mediadas por instrumentos culturais e históricos, ou seja, por gêneros textuais. Se a escola investe no ensino dos gêneros estará facilitando, portanto, a apropriação dos usos
da língua. 

(...)

Entretanto, devido a uma multiplicidade de gêneros textuais existentes em cada sociedade (e seu caráter mutável), a escola não tem condições de ensinar todos eles. 

(...)

Pensando nas semelhanças (e diferenças) entre os gêneros, conseguimos agrupá-los em onze grupos. Defendemos aqui, que, em todas as etapas de escolaridade, sejam realizados estudos  sistemáticos, por meio de diferentes formas de organização do trabalho pedagógico (projetos didáticos, sequências didáticas, entre outras) de gêneros pertencentes a estes onze agrupamentos. São eles:



Gêneros de todos esses agrupamentos podem circular nas salas de aula, possibilitando que as crianças os reconheçam, compreendam seus usos, suas finalidades, percebam como se organizam, aprendam a usar as estratégias discursivas mais recorrentes.

No entanto, como foi exposto no quadro de direitos de aprendizagem gerais, três esferas discursivas precisam ser priorizadas nos anos iniciais do ensino fundamental: a literária, a acadêmica/escolar e a esfera midiática. Os gêneros citados nos cinco primeiros agrupamentos revestem-se de especial importância no ciclo de alfabetização, podendo, dessa forma, ganhar espaço ampliado no cotidiano escolar.

Na escola, como é possível perceber, o trabalho com esses diferentes gêneros vai muito além das aulas relativas ao componente curricular Língua Portuguesa. Em cada área de conhecimento, há o predomínio de determinados gêneros textuais, que circulam na escola e também fora dela. Por exemplo, nas aulas de Matemática, frequentemente lemos e produzimos enunciados de problemas, gráficos e tabelas; em Ciências, o nosso contato maior é com os relatórios de pesquisa, artigos de divulgação científica, folhetos e cartazes educativos; nas áreas de História e Geografia, estão presentes as obras historiográficas, os testemunhos, os calendários, as cartas, as notícias, as reportagens, os artigos de opinião e os mapas; em Educação Física é comum encontrarmos, por exemplo, as regras de jogos e brincadeiras. Já em Arte, a leitura de textos 
não-verbais é imprescindível, assim como as biografias.

Mas, por que escolher, em cada ano, exemplares de gêneros de diferentes agrupamentos?

Primeiro, porque os agrupamentos buscam garantir que diferentes finalidades sociais de leitura e escrita sejam contempladas em sala de aula, por meio de um trabalho sistemático com gêneros variados.

Segundo, ao explorarmos um gênero de um agrupamento, estamos proporcionando que determinadas operações de linguagem sejam desenvolvidas, ou seja, aquelas mais intimamente ligadas a um agrupamento e não a outro. Este aprendizado também  contribui para que os alunos consigam lidar melhor com outros gêneros do mesmo agrupamento.

Por fim, um terceiro aspecto a ser levado em consideração é o fato de que há alunos com mais facilidade, por exemplo, na produção de textos com a finalidade de debater temas controversos; já outros podem ter mais habilidade em construir textos narrativos ficcionais. Se trabalharmos com gêneros pertencentes a um único grupo, os alunos com dificuldades de lidar com gêneros deste grupo poderão encarar o ato da escrita como um obstáculo constante, algo difícil de ser superado, desmotivando--os para as outras aprendizagens. Porém, ao variarmos os gêneros, daremos oportunidades aos alunos para também mostrarem suas melhores habilidades e, assim, contribuímos para mantê-los motivados a continuar seu processo de apropriação das
práticas de linguagem.

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