24 de novembro de 2013

Encontro de estudos - parte 1

Amanhã (25/11/13) começam alguns encontros de estudo d@s professor@s do Curso Normal do Elisa; minha incumbência é compartilhar algumas reflexões  sobre o papel da área da linguagem nos anos inicias... Ou fazer o meio de campo entre alguns textos e @s colegas...

Resolvi escrever aqui...

Proposta de estudo sobre a aprendizagem da língua nos anos iniciais

Data: 25/11/13
Duração: 4h
Professora Suely Aymone
Participantes: professor@s do Curso Normal – Ensino Médio, Aproveitamento de estudos e Curso de Aplicação

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Texto 1:

Saberes sobre o objeto ou tema a ser ensinado
(...) as decisões relativas aos encaminhamentos didáticos pressupõem que o professor tenha saberes de diferentes naturezas. Se, por um lado, a tarefa de ensinar sempre irá exigir de nós um saber pedagógico mais amplo - que envolve conhecimentos sobre currículo, sobre a instituição escolar etc. - precisaremos, por outro lado, ter saberes bem específicos sobre os conteúdos curriculares.
(...) precisamos aprofundar continuamente os saberes que temos a respeito do objeto ou tema a ser ensinado (Como está estruturado? Que elementos ou partes o compõem? Que relações existem entre esses elementos?) e sobre o modo como o aprendiz concebe, progressivamente, esse objeto a ser ensinado (Que hipóteses a criança formula sobre ele? Que dificuldades ela deverá superar para que seu modo de conceber o objeto se aproxime, cada vez mais, da forma como é concebido por nós, adultos escolarizados?) ( trecho do livro  "Ortografia: ensinar e aprender", de Artur Gomes de Morais).
Hoje, nos debruçaremos sobre um objeto de ensino-aprendizagem: a língua.

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Texto 2:

Leitura deleite:

Desde o primeiro encontro do PNAIC, em que foi proposta a leitura deleite, me encantei pelo adjetivo  -"deleite" -, perfeito para caracterizar a leitura de textos literários...

Na página 29 do Caderno de Formação:
O momento da leitura deleite é sempre de prazer e reflexão sobre o que é lido, sem se preocupar com a questão formal da leitura. É ler para se divertir, sentir prazer, para refletir sobre a vida. Tal prática, no entanto, não exclui as situações em que se conversa sobre os textos, pois esse momento também é de prazer, além de ser de ampliação de saberes.
Então, começo com a leitura de um trecho da obra "Minhas férias, pula uma linha, parágrafo.", de Christiane Gribel, ilustrações de Orlando, para que a gente se delicie e converse sobre as provocações do texto... 
O primeiro dia de aula é o dia que eu mais gosto em segundo lugar. O que eu mais gosto em primeiro é o último, porque no dia seguinte chegam as férias.
Os dois são os melhores dias na escola porque a gente nem tem aula. No primeiro dia não dá para ter aula porque o nosso corpo está na escola, mas a nossa cabeça ainda está de férias. E no último, também não dá para ter aula porque o nosso corpo está na escola, mas a nossa cabeça já está nas férias.
Era o primeiro dia e era para ser a aula de português, mas não era porque todo mundo estava contando das férias. E como todo mundo queria contar mais do que ouvir, o barulho na classe estava mesmo ensurdecedor. O que explica o fato de ninguém ter escutado a professora gritando para a gente parar de gritar. Todo mundo estava bem surdo mesmo. Mas quando ela bateu com os livros em cima da mesa a nossa surdez passou e todo mundo olhou para ela.
Ela estava em pé, na frente do quadro-negro e ficou em silêncio, com uma cara bem brava, olhando para a gente.
Quando um professor está em silêncio com uma cara bem brava olhando para você, é melhor também ficar em silêncio com uma cara de sem graça olhando para um ponto qualquer que não seja a cara brava do professor.
A professora puxou a cadeira dela e se sentou.
Atrás dela, no quadro-negro, eu vi decretado o fim das nossas férias e o fim do nosso primeiro dia de aula sem aula. Estava escrito:

Redação: escrever 30 linhas sobre as férias.

Eu sabia que as férias de ninguém iam ser mais as mesmas na hora que virassem redação. É simples: férias é legal, redação é chato. Quando a gente transforma as nossas férias numa redação, elas não são mais as nossas férias, são a nossa redação. Perdem toda a graça.
Todo mundo tirou o caderno de dentro da mochila. Menos eu.
Eu fiquei olhando para aquela frase no quadro enquanto os zíperes e velcros das mochilas eram os únicos barulhos na sala. De repente as nossas férias ficaram silenciosas. Onde já se viu férias sem barulho?
Além do mais, eu tenho certeza de que a professora nem quer saber de verdade como foram as nossas férias. Ela quer só saber como é a nossa letra e se a gente tem jeito para escrever redação. Aqueles dois meses inteirinhos de despreocupações estavam prestes a virar 30 linhas de preocupações com acentos, vírgulas, parágrafos e ainda por cima com a letra ilegível depois de tanto tempo sem treino (p. 7-9).
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Texto 3: 

Resolução n° 7, de 14 de dezembro de 2010, do Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Básica - Fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos.

Art. 15 Os componentes curriculares obrigatórios do Ensino Fundamental serão assim organizados em relação às áreas de conhecimento:

I - Linguagens:

a) Língua Portuguesa;

b) Língua Materna, para populações indígenas;

c) Língua Estrangeira moderna;

d) Arte;

e) Educação Física;

II - Matemática;

III - Ciências da Natureza;

IV - Ciências Humanas:

a) História;

b) Geografia;

V - Ensino Religioso.

(Diretrizes para a Educação Básica)

Penso que, a partir dessa  organização dos componentes curriculares do Ensino Fundamental, em áreas do conhecimento, devemos repensar a elaboração dos projetos e planos de aula. Ou não?!

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Textos relacionados:

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